quinta-feira, agosto 11, 2005


Perdi minha primeira verdade logo quando rasgaram minha oca e me agarraram pelas pernas. Chorei , berrei mas não adiantou . Não dava mais para voltar pro meu jacuzi amniótico. Aos poucos fui ganhando e perdendo novas verdades , umas maiores , outras menores mas todas muito importantes para mim. Ainda criança percebi que existem pessoas e pessoas , amigos e amigos.
Uma grande verdade que eu perdi ainda cedo foi que as pessoas são boas, dignas de confiança e amizade. Na adolescência as verdades se perdiam mais rápido , a verdade que somente os pais dos meus amigo se separavam eu perdi aos 17. Logo depois a verdade que as pessoas que você ama não vão te deixar nunca, me foi arrancada dos braços e ate hoje choro por ela.
Hoje já não tenho tantas verdades para perder , talvez porque cada perda seja dolorosa e eu não quero sofrer. Também não quero a felicidade plena, essa verdade eu já nem faço ideia há quanto tempo atrás perdi. Uma única verdade eu acho que levarei comigo quando embarcar no meu trem , é a de que não existe amor maior do que o de um pai por sua filha.

Um comentário:

Márcia do Valle disse...

Ale, já que as verdades se perdem mesmo, de uma forma ou de outra, o melhor é substituí-las por outras. Eu, por mais que as verdades escorram pelo ralo, sempre mantenho a verdade de que no alto do pé de feijão há um castelho sobre as nuvens. Por isso vivo procurando os feijões mágicos. Viver com uma única verdade restante, é quase tão descolorido quanto continuar vivendo depois de desaprender a sonhar. Beijos e muitas muitas verdades para você.